Perspectivas para o Futuro da Conectividade Remota

Publicado em 11 de Novembro de 2025 | Categoria: Tecnologia Marítima

A conectividade remota tornou-se elemento fundamental para operações industriais, marítimas e empresariais em todo o mundo.  Em 2025, mais de 75.000 embarcações já utilizam satélites de baixa órbita (LEO) para manter comunicação estável, enquanto isso, muitas empresas ainda enfrentam desafios significativos de conectividade e segurança. Embora a tecnologia tenha avançado de forma expressiva, novos desafios emergem conforme as demandas por conexões mais robustas e seguras aumentam. Empresas que operam em ambientes offshore, plataformas petrolíferas e áreas remotas enfrentam obstáculos únicos que exigem soluções técnicas específicas.

O cenário de conectividade remota em 2025 é caracterizado por avanços tecnológicos significativos acompanhados de desafios técnicos e operacionais complexos. A indústria marítima e de operações remotas está em um momento de transformação, onde a digitalização e a automação dependem fundamentalmente de conectividade confiável.

Mas o que realmente está moldando esse futuro? Quais tecnologias prometem revolucionar a forma como plataformas, embarcações e operações remotas se mantêm conectadas? E, mais importante: como as empresas podem se preparar hoje para superar os desafios que os próximos anos trarão? É sobre essas perspectivas que vamos falar a seguir.

Neste artigo, você vai descobrir:

  • Como os satélites LEO estão revolucionando a conectividade marítima

  • Os principais desafios de cibersegurança em operações offshore

  • Tendências de integração tecnológica para os próximos anos

  • Como a Multus Tech está contribuindo para a expansão da multiconectividade

Como os satélites LEO estão revolucionando a conectividade marítima

A ascensão das redes de satélites em órbita baixa (LEO) como Starlink e OneWeb representa uma das transformações mais significativas para a conectividade remota dos últimos anos. Diferentemente dos satélites geoestacionários tradicionais (GEO) que operam a 36.000 km acima da Terra, os satélites LEO orbitam entre 500 e 2.000 km, reduzindo significativamente a latência e melhorando a largura de banda.

Adoção Acelerada de Tecnologia LEO no Setor Marítimo

Em 2024, a Starlink já estava servindo aproximadamente 75.000 embarcações com seus serviços LEO globalmente, demonstrando a acelerada adoção dessa tecnologia. A Valour Consultancy registrou cerca de 24.000 embarcações comerciais utilizando serviços Starlink em sua amostra de mercado, evidenciando que o operador americano de satélites LEO pode ter alcançado uma presença significativa no mercado marítimo comercial.

As vantagens práticas dos satélites LEO para aplicações marítimas são substanciais. A baixa latência é crítica para ajustes de posicionamento dinâmico em tempo real, operações remotas e resposta a emergências. A maior largura de banda viabiliza streaming de vídeo em alta qualidade, diagnósticos remotos e operações de levantamento com uso intensivo de dados. A cobertura aprimorada reduz pontos cegos de comunicação, especialmente em regiões polares onde satélites GEO são menos eficazes.

Os principais desafios de cibersegurança em operações offshore

A expansão da conectividade marítima trouxe consigo um aumento alarmante nas ameaças cibernéticas. Empresas de tecnologia marítima detectaram ameaças cibernéticas contra 1.800 embarcações durante os primeiros seis meses de 2024, reportando, pelo menos,  23.400 detecções de malware e 178 ataques de ransomware durante esse período. Este cenário representa um aumento substancial comparado aos anos anteriores.

Evolução das Ameaças Cibernéticas no Setor Marítimo

Cibercriminosos estão aproveitando tecnologias avançadas, como inteligência artificial (IA) e modelos de linguagem de grande escala (LLMs), para conduzir ataques mais adaptativos e precisos. Essas inovações permitem a exploração de vulnerabilidades de segurança e campanhas de phishing que evitam métodos tradicionais de detecção.

Os sistemas de tecnologia operacional (OT), que governam funções essenciais a bordo como navegação, propulsão e manuseio de carga, permanecem um foco principal para atacantes. Muitos desses sistemas dependem de software desatualizado e carecem de medidas modernas de cibersegurança, tornando-os altamente suscetíveis a violações. Além disso, a crescente interconectividade de sistemas de TI e OT introduz riscos em cascata, onde uma única violação pode perturbar ambientes operacionais e digitais.

Em resposta a essas ameaças crescentes, reguladores estão implementando medidas mais rigorosas. A regra de cibersegurança da Guarda Costeira dos EUA, efetiva desde julho de 2025, coloca a gestão de risco cibernético no centro do Sistema de Transporte Marítimo (MTS), tratando ameaças cibernéticas como um perigo real e presente à segurança nacional e operações marítimas.

As organizações enfrentam custos crescentes com incidentes cibernéticos. Segundo o estudo Shifting Tides, Rising Ransoms and Critical Decisions 2023, embora o custo médio de um ataque cibernético na indústria marítima tenha alcançado US$ 550.000, as demandas de resgate aumentaram mais de 350%, com pagamentos médios de resgate atingindo US$ 3,2 milhões.

Tendências de integração tecnológica para os próximos anos

Em 2025, redes 5G privadas estão sendo integradas em muitas operações marítimas, particularmente em energia offshore, transporte de carga e transporte de passageiros, onde confiabilidade e baixa latência são críticas. Com capacidades de breakout local, essas redes podem processar e agir sobre dados críticos diretamente a bordo, permitindo tempos de resposta mais rápidos para sistemas de navegação e monitoramento de equipamentos sem depender de conexões terrestres.

Desde 2022, a Petrobras vem implementando melhorias em sua rede 5g, visando ampliar em dezenas de vezes a velocidade da sua transmissão de dados e impulsionar suas operações remotas, tecnologias de monitoramento em tempo real, além de alavancar a realidade aumentada, mista e a chamada internet das coisas (IOT, na sigla em inglês) entre outras possibilidades. 

Com avanços tecnológicos, aquisições estratégicas e lançamentos de novos serviços, a indústria está passando por uma mudança profunda. Empresas que conseguem se adaptar à paisagem em transformação vão prosperar, enquanto aquelas que falham em inovar podem ter dificuldades. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) considera a tecnologia via satélite como solução para alcançar o objetivo de levar conectividade, com concorrência, para regiões remotas. Esta abordagem reconhece que diferentes tecnologias devem ser combinadas para atender às necessidades específicas de cada ambiente operacional.

Aplicações Práticas de 5G Privado e Inteligência Artificial

A inteligência artificial está sendo integrada aos sistemas de comunicação marítima para melhorar eficiência, confiabilidade e cibersegurança. Soluções baseadas em IA podem detectar e mitigar ameaças de spoofing/jamming de GPS, detectando anomalias em dados de posicionamento e alternando automaticamente para métodos de navegação alternativos. A IA também pode otimizar o uso de banda, priorizando operações essenciais da embarcação sobre consumo de dados não críticos.

A transição tecnológica não pode comprometer a continuidade operacional, o que significa que atualizações devem ser implementadas gradualmente. Além disso, a necessidade de compatibilidade entre sistemas novos e antigos frequentemente resulta em soluções híbridas que podem não oferecer o desempenho ideal de nenhuma das tecnologias envolvidas, mas garantem resiliência operacional.

A inteligência artificial é a principal tendência marítima devido à sua ampla gama de aplicações em toda a indústria, incluindo otimização de rota e combustível, navegação autônoma e manutenção preditiva. Estas aplicações dependem fundamentalmente de conectividade confiável para transmitir dados, receber atualizações de modelos e executar análises em tempo real.

Como a Multus Tech está contribuindo para a expansão da multiconectividade

A Multus Tech vem atuando no desenvolvimento de soluções de conectividade para ambientes extremos e de difícil acesso. Com foco especial nos mercados offshore, petróleo e gás, mineração e regiões remotas.

Através de uma abordagem que combina múltiplas tecnologias de conectividade via satélite, incluindo VSAT Ku/Ka, satélites de baixa órbita (LEO) como Starlink e OneWeb, além de soluções 4G/5G quando disponíveis. Esta estratégia de multiconectividade permite que operações offshore e onshore mantenham comunicação estável mesmo em condições adversas, alternando automaticamente entre diferentes tecnologias conforme a necessidade e disponibilidade.

Com mais de 600 projetos realizados e parceria homologada com grandes players do setor, a Multus Tech oferece não apenas conectividade, mas também integração completa de sistemas, suporte técnico especializado e mão de obra certificada para operações remotas. A empresa atende desde plataformas de petróleo e embarcações de apoio até unidades agroindustriais e plantas industriais em locais onde a infraestrutura de telecomunicações é limitada ou inexistente.